A Família Viole da Gamba
Até o século XV as pessoas construíam seus próprios instrumentos de forma a existir uma variedade enorme de instrumentos tocados por arco, quando então as violas constituíram um conjunto homogêneo de instrumentos de 6 cordas e de braço trasteado. Os trates são linhas salientes no braço do instrumento, como ocorre com o violão por exemplo, e que limitam as casas. Estes instrumentos são correspondentes ao conjunto vocal soprano, contralto, tenor e baixo, e com a seguinte afinação (do grave ao agudo):
Viola Soprano: ré.sol.dó.mi.lá.ré
Viola Contralto: dó.fá.sib.ré.sol.dó (textura da viola moderna)
Viola Tenor: sol.dó.fá.lá.ré.sol (afinação do alaúde)
Viola Baixo: re.sol.dó.mi.lá.ré (textura do violoncelo)
As violas menores, soprano e contralto, são tocadas verticalmente e apoiadas nos joelhos; as maiores, tenor e baixo, são seguradas entre os joelhos, daí o nome de viola da gamba (viola de perna) dado a toda a família (e não apenas à viola baixo).
A viola contrabaixo (ou violone) foi um acréscimo posterior à família. A viola lira, também conhecida como viola bastarda, é um instrumento intermediário entre as violas tenor e baixo.
Após um longo período de declínio, as violas foram resgatadas no século XX para a execução de música antiga, e daí a redescoberta da diversidade dos seus timbres peculiares e não alcançado pelos instrumentos modernos da Família do Violino.
A Família Viole da Braccio
Em 1.370, em Florença na Itália, começa-se a tocar o instrumento apoiado sob o queixo e segura-se o arco como hoje, com o dorso da mão direita voltado por cima, enquanto os violistas voltavam o dorso para baixo.
Mas ambos os métodos eram concorrentemente praticados durante o século XV, segundo a iconografia, até que no início do século XVI surge uma família de instrumentos distintos da Viole da Gamba chamada Viole da Braccio (Viola de Braço).
São instrumentos com características distintas dos seus antecessores: ombros redondos; caixa mais alta e mais em meia-lua dos lados; além do número de cordas reduzidas a quatro, elas são mais grossas e esticadas; as aberturas no tampo harmônico em forma de 'F'; cintura em forma de 'C'; cavalete mais alto e arqueado; ponto uniforme (sem casas e trastes). Características bem diferentes em comparação com suas primas, as violas, que tem ombros descaídos, seis ou sete cordas, aberturas no tampo harmônico em forma de 'C' e braços de ponto largo (com casas e trastes).
Existem ao menos três tipos no inicio do século XVI:
- Soprano, quase idêntica à nossa viola e afinada como ela (dó.sol.ré.lá). No século XVII, chamar-se-á simplesmente viola, denominação que os ingleses e italianos conservarão. Os alemães, chamam a viola de bratsche, deformação de braccio;
- Tenor, afinada uma quarta ou uma quinta abaixo. Esse instrumento desaparece no fim do século XVII, deixando um vazio lamentável na família das cordas;
- Baixo, afinada uma oitava abaixo da soprano, como nosso violoncelo. Tomara o nome de violoncello por volta de 1700.
É composto então os 4 instrumentos da Família do Violino:
- O Violino tem o som mais agudo, na altura do soprano e contralto. Ouça:
- A Viola de Arco tem o som mais grave que o violino, na altura do tenor. Ouça:
- O Violoncelo, também conhecido como cello, tem o som mais grave que a viola, na altura do baixo. Ouça:
- O Contrabaixo tem o som mais grave da família, na altura do contrabaixo. Ouça:
A forma básica é a mesma para o violino, a viola e o violoncelo, diferindo um pouco apenas o contrabaixo. Todos têm tamanhos diferentes e relativos: o violino é o menor, a viola maior que o violino, o violoncelo é médio e o contrabaixo é grande.