A viola é um instrumento formado basicamente por uma caixa com diversos componentes agregados ao seu corpo. Para entender nas próximas ilustrações os componentes da viola.
Voluta: tem função predominantemente estética e seu entalhe atribui ao instrumento uma personalidade. O estilo, forma da espiral, tamanho do olho e do chanfro, entre outras características, são como a assinatura do autor. Num instrumento de fábrica a voluta é feita por uma máquina copiadora, o que padroniza as formas e fazem a voluta ter, normalmente, uma aparência muito grosseira. A voluta e a caixa de cravelhas compõem a “cabeça” da viola.
Cravelha: é uma peça de madeira, cônica, uma para cada corda, onde se fixa a corda, e é usada para afinar o instrumento girando-a em sentido horário ou anti-horário, a fim de retesar ou afrouxar a corda. Como todo instrumento de corda, a viola desafina com facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas, e principalmente quando as cordas são novas e precisam ser acomodadas.
Caixa das Cravelhas: é a peça que acomoda as cravelhas, possuindo para isto um orifício para cada cravelha.
Cordas: eram antigamente eram feitas de tripa de carneiro. Hoje são de aço cromado ou de material sintético, revestidas com uma fita metálica de alumínio, níquel, ou, as melhores, de prata. A afinação padrão para as cordas seguindo por ordem de espessura é Lá (1ª corda, a mais fina), Ré (2ª corda), Sol (3ª) e Dó (a 4ª corda, a mais grossa).
Braço: é a peça que estende as cordas para fora da caixa de ressonância (o corpo) do instrumento até a caixa de cravelhas, e suporta a tensão das quatro cordas.
C's: pela semelhança visual com a letra cê, são o formato da cintura da viola.
F's: pela semelhança à letra efe, são as aberturas acústicas, os orifícios, que permitem aos sons (vibrações), amplificados pelo corpo do instrumento, atingir o espaço externo e finalmente os nossos ouvidos. Têm grande influência no timbre e no funcionamento geral do instrumento. Além disso, afetam a flexibilidade do tampo e consequentemente os padrões de vibração.
Cavalete: também chamado de ponte, é a peça na qual se apoiam as 4 cordas distendidas. A parte inferior do cavalete - dois pequenos pés - fica apoiada no plano harmônico da viola (tampo superior - o inferior chama-se fundo). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no lugar. O cavalete transforma as vibrações horizontais em verticais e depois transmite as vibrações das cordas para o corpo da viola.
Micro-afinador: é uma peça metálica que se prende no estandarte, no furo correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão na afinação da corda.
Estandarte: suporta as cordas a uma determinada distância do cavalete, além de acomodar até 4 micro-afinadores que auxiliam na afinação das cordas.
Copotácio: também denominado de rabicho, fixa o estandarte ao corpo do instrumento.
Botão: também denominado de espigão, sustenta o estandarte e a tensão das cordas, através do copotácio (ou rabicho), e é encaixado no bloco inferior.
Pestana: geralmente são feitas de ébano ou de alguma madeira dura. A pestana possui ranhuras sobre as quais deslizam as cordas. A altura da pestana regula a altura das cordas sobre o espelho. A pestana muito alta dificulta o dedilhado sobre as cordas, e se estiver muito baixa prejudica a sonoridade do instrumento pois as cordas, ao vibrarem, esbarram no espelho.
Espelho: é colado no braço e serve como base sobre a qual as cordas são pressionadas, o que ocasiona um desgaste acelerado. Com o uso formam-se sulcos sobre as cordas o que prejudica muito o rendimento do instrumento. De tempos em tempos é necessário um aplainamento da peça e, eventualmente, sua substituição. O espelho tem importância primordial no bom ou mau funcionamento do instrumento.
Nariz: distribui a tensão do braço ao corpo do instrumento.
Costelas ou laterais: são feitas de seis finas faixas de madeira (geralmente a mesma do fundo) e são moldadas em ferro quente e coladas sobre quatro pequenos blocos de canto e dois blocos maiores, um inferior que sustenta a pressão do estandarte, e outro superior, que acomoda o encaixe do braço. As laterais unem o tampo e o fundo.
Bico: É a ponto do cê.
Fundo: geralmente feito com duas partes iguais, coladas, podendo ser também inteiro. É abaulado como o tampo, e sua espessura varia sendo mais espesso no centro.
Bloco Superior: este bloco acomoda o encaixe do braço.
Bloco Lateral ou de canto: este bloco acopla as costelas das laterais cês (C's).
Bloco Inferior: sustenta a pressão do estandarte.
Tampo: esculpido em formato arqueado, o tampo é o responsável pela amplificação da vibração das cordas. Possui internamente a barra harmônica que vibra em ressonância com o tampo.
Barra Harmônica: é colada no interior do tampo, passando abaixo do pé do cavalete, do lado das cordas mais graves. Serve para reforçar o tampo devido a enorme pressão sofrida pelo instrumento na região do cavalete, distribuindo a vibração.
Alma: é uma peça de madeira cilíndrica que se encaixa, sem colagem, entre o tampo e o fundo, próximo ao pé do cavalete do lado das cordas agudas. Deve ter o comprimento certo para que se encaixe sem forçar o tampo e não caia ao se afrouxar as cordas. Tem como finalidade favorecer a vibração do instrumento como um todo. Assim como o cavalete, sua adaptação é crítica e influencia diretamente a sonoridade do instrumento.
Queixeira: é uma peça anatômica que serve para o violista acomodar de maneira mais confortável a viola ao queixo. Foi inventada pelo alemão Ludwig Spohr.