INTRODUÇÃO
Contra as dificuldades e principalmente contra a preguiça, este trecho da Carta aos alunos de Fred Dantas na sua publicação Teoria e Leitura da Música para as Filarmônicas (2.003) resume, na minha opinião, todos os desafios de um músico desnecessário de adjetivos.
'O músico é profissional que não se limita a um horário de trabalho ou a uma tarefa. O verdadeiro músico pensa na arte o tempo inteiro e nunca encara uma melodia difícil como um peso e sim como um desafio construtivo que vai dar a alegria de superar uma etapa.
Só depois de aprendermos realmente a tocar todas as notas de uma música, estaremos em condição de apreciar a beleza dela. E a melhor maneira de chegar a isso é compreendendo o que tem aquela música e pacientemente ir resolvendo as dificuldades.
O contrário disso é tocar “de qualquer jeito”, errando as notas ou com um som ruim. Os músicos não devem se envolver com o esquema de sucesso e fortuna que ocorre com a música comercial. Estamos sempre tocando músicas que estão no sucesso, como uma forma de distrair as pessoas, mas devemos sempre ter em mente que artistas de mídia aparecem e somem de acordo com a força do dinheiro e da beleza exterior, enquanto músicos têm um caminho próprio e quem toca bem sempre vai encontrar espaço para viver dignamente. Tem sido assim por muitos e muitos anos.
O primeiro grande passo para ser um músico é a leitura musical. Nenhum mestre dará um instrumento a quem não tenha cumprido um período de iniciação em teoria e leitura. Esse período varia de acordo com a urgência, do instrumento disponível, etc. Ler uma partitura deve ser tão rápido e natural quanto uma história em quadrinhos.'
'O músico é profissional que não se limita a um horário de trabalho ou a uma tarefa. O verdadeiro músico pensa na arte o tempo inteiro e nunca encara uma melodia difícil como um peso e sim como um desafio construtivo que vai dar a alegria de superar uma etapa.
Só depois de aprendermos realmente a tocar todas as notas de uma música, estaremos em condição de apreciar a beleza dela. E a melhor maneira de chegar a isso é compreendendo o que tem aquela música e pacientemente ir resolvendo as dificuldades.
O contrário disso é tocar “de qualquer jeito”, errando as notas ou com um som ruim. Os músicos não devem se envolver com o esquema de sucesso e fortuna que ocorre com a música comercial. Estamos sempre tocando músicas que estão no sucesso, como uma forma de distrair as pessoas, mas devemos sempre ter em mente que artistas de mídia aparecem e somem de acordo com a força do dinheiro e da beleza exterior, enquanto músicos têm um caminho próprio e quem toca bem sempre vai encontrar espaço para viver dignamente. Tem sido assim por muitos e muitos anos.
O primeiro grande passo para ser um músico é a leitura musical. Nenhum mestre dará um instrumento a quem não tenha cumprido um período de iniciação em teoria e leitura. Esse período varia de acordo com a urgência, do instrumento disponível, etc. Ler uma partitura deve ser tão rápido e natural quanto uma história em quadrinhos.'
A TEORIA MUSICAL
A teoria musical permite-nos entender, questionar, definir e escrever o que tocamos e cantamos. E por ser padronizada mundialmente, temos acesso a ilimitadas literaturas para estudo em todas as culturas.
Enquanto com a música expressamos nossos sentimentos através dos sons, com a teoria musical registramos esta expressão artística através da formação de conceitos e no desenvolvimento de metodologia de estudos.
Enquanto com a música expressamos nossos sentimentos através dos sons, com a teoria musical registramos esta expressão artística através da formação de conceitos e no desenvolvimento de metodologia de estudos.
A teoria e a composição musical requerem uma forma de abstração do pensamento e de contemplação muito semelhante ao pensamento matemático puro.
A Música faz uso de linguagens simbólicas com notações elaboradas e diagramas que, frequentemente, são muito semelhantes aos gráficos de funções discretas representadas em eixos cartesianos de duas dimensões:
• Eixo X: o eixo das abscissas representa o tempo.
• Eixo Y: o eixo das ordenadas representa a altura tonal.
Músicos teóricos usaram diagramas semelhantes aos cartesianos muitos antes destes terem sido introduzidos na geometria.
As pautas musicais do século XII apresentavam-se numa variedade de formas bastante análogas aos diversos tipos de diagramas utilizados em Matemática.
Além das linguagens abstratas e notações utilizadas, noções matemáticas como simetria, periodicidade, proporção, discriminação, continuidade e sucessão, entre outras, estão presentes na Música, enquanto que conceitos como intervalo, ritmo, tempo, entre outros, são freqüentemente traduzidos por números.
Se por um lado se constata que a linguagem matemática e as idéias matemáticas contribuem para dar forma aos conceitos e linguagens da teoria musical, por outro lado, se observa também que questões e problemas que surgiram na teoria musical ao longo dos tempos, muitas vezes desencadearam fortes motivações para a investigação na área da Matemática e Física.
É consensual também que músicos teóricos usaram noções, que se consideram, matemáticas de forma intuitiva, antes de tais noções estarem tratadas sob o ponto de vista matemático.
A Música faz uso de linguagens simbólicas com notações elaboradas e diagramas que, frequentemente, são muito semelhantes aos gráficos de funções discretas representadas em eixos cartesianos de duas dimensões:
• Eixo X: o eixo das abscissas representa o tempo.
• Eixo Y: o eixo das ordenadas representa a altura tonal.
Músicos teóricos usaram diagramas semelhantes aos cartesianos muitos antes destes terem sido introduzidos na geometria.
As pautas musicais do século XII apresentavam-se numa variedade de formas bastante análogas aos diversos tipos de diagramas utilizados em Matemática.
Além das linguagens abstratas e notações utilizadas, noções matemáticas como simetria, periodicidade, proporção, discriminação, continuidade e sucessão, entre outras, estão presentes na Música, enquanto que conceitos como intervalo, ritmo, tempo, entre outros, são freqüentemente traduzidos por números.
Se por um lado se constata que a linguagem matemática e as idéias matemáticas contribuem para dar forma aos conceitos e linguagens da teoria musical, por outro lado, se observa também que questões e problemas que surgiram na teoria musical ao longo dos tempos, muitas vezes desencadearam fortes motivações para a investigação na área da Matemática e Física.
É consensual também que músicos teóricos usaram noções, que se consideram, matemáticas de forma intuitiva, antes de tais noções estarem tratadas sob o ponto de vista matemático.
A relação entre Matemática e Música é uma relação ancestral e terá começado com Pitágoras, quando este descobriu as proporções relacionadas com os intervalos de oitava, os intervalos de quinta e os intervalos de quarta.
Para os Gregos esta relação era tão óbvia, que as escolas de Pitágoras, Platão e Aristóteles consideravam a Música como uma parte integrante da Matemática, que em conjunto com a Aritmética, Geometria e a Astronomia formavam o quadrivium – as “quatro vias”, divisão da Matemática em quatro secções, formato geralmente presente em qualquer tratado matemático, no início da nossa era, que posteriormente foi adotado como prerrequisito para o estudo da Filosofia, que perdurou até ao fim da idade média.
Com o Renascimento, a teoria musical tornou-se uma área independente, mas as ligações foram mantidas e até se tornaram mais óbvias. A Matemática mostrou-se indispensável para o evoluir da Música em vários aspectos:
• na construção de sistemas musicais que determinam os sons que ouvimos;
• na fundamentação teórica de processos de análise e composição musical;
• nos aspectos que estão relacionados com a Acústica; e mais recentemente,
• na música digital e na síntese de som;
• entre outros.
Para os Gregos esta relação era tão óbvia, que as escolas de Pitágoras, Platão e Aristóteles consideravam a Música como uma parte integrante da Matemática, que em conjunto com a Aritmética, Geometria e a Astronomia formavam o quadrivium – as “quatro vias”, divisão da Matemática em quatro secções, formato geralmente presente em qualquer tratado matemático, no início da nossa era, que posteriormente foi adotado como prerrequisito para o estudo da Filosofia, que perdurou até ao fim da idade média.
Com o Renascimento, a teoria musical tornou-se uma área independente, mas as ligações foram mantidas e até se tornaram mais óbvias. A Matemática mostrou-se indispensável para o evoluir da Música em vários aspectos:
• na construção de sistemas musicais que determinam os sons que ouvimos;
• na fundamentação teórica de processos de análise e composição musical;
• nos aspectos que estão relacionados com a Acústica; e mais recentemente,
• na música digital e na síntese de som;
• entre outros.